Ora muito boa tarde a todos. Hoje vimos aqui meter alguns pontos nos "is", dar na cabeça e ralhar um bocadinho, porque a vida não é só sorrisos e abraços. Então meus amigos, eu tenho uma doença, ponto final. Todos os que olham conseguem perceber, para mim é apenas a minha realidade, aquilo que estou habituada desde sempre. E desde que me lembro de ser gente que a sociedade tem muitos problemas em olhar quer seja para mim ou para outra pessoa qualquer que seja portadora de uma doença que incapacite fisicamente, de uma forma igualitária ao resto do mundo, e isso meus amigos sabem o que provoca? O isolamento. Mesmo sendo uma das piores coisas a fazer quando se tem um problema de saúde, seja qual ele for... Fazemo-lo porque assim temos a certeza de que nenhum olhar intrigado e de julgamento nos atinge. E tudo isto porque? Porque vivemos numa sociedade estereotipada, que procura a perfeição das mais ridículas coisas do dia-dia. Lamento dizer-vos, não sou perfeita, e sinto-me orgulhosa por não ser. Ninguém é e o mundo só faz sentido assim, portanto para que julgar se a perfeição é inatingível?
Vamos aplicar isto na prática. Aquele dia em que ter que se ir fazer aquelas compras da semana ao super mercado da terra. Está um dia lindo, o sol queima na pele de tão quente que está. Os passarinhos cantam, os namorados beijam-se, as ruas estão movimentadas e a manhã passa tranquilamente. Adoro ir ao supermercado... Não. Há coisa de 6 meses fui passear a Itália e fui a um supermercado, tudo tranquilo até ver. Entrei agarrada ao carrinho e à minha mãe e lá fomos, dois pares de olhos azuis a passear na avenida, lindas, bem cheirosas e felizes da vida. Estava a beldade da minha mãe a escolher umas simples collants, enquanto eu estava agarrada a um móvel, quando uma senhora que tudo lhe chamei menos santa me aparece e faz aquele olhar de mosca morta que já estou tão familiarizada. A querida viu perfeitamente que eu não estava apoiada pelo cansaço da corridinha matinal para abater o pequeno almoço, mas mesmo assim decidiu vir em direção a mim e se não fosse a beldade da dona Isabel minha mãe a mosca tinha-me passado a ferro com o carrinho das compras. Lição da história? Todos os que julgam sem conhecer e nos fazem sentir que somos menos que vós, vão para o raio que os partam e espero que um dia se sintam como nos fazem sentir.
Comprimentos, Lisa, a beldade da mãe, e Inês.
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